Figuras de linguagem essenciais da língua francesa:

Tempo de leitura: 5 min

em Agosto 29, 2022

Compartilhe agora mesmo:

A Definição da figura de linguagem:  É um processo que consiste em desviar-se do uso comum da linguagem para dar um caráter “literário” ao que é dito. Fazemos um uso original da linguagem, brincamos com códigos, e assim expressamos de forma única o que queremos escrever.
As figuras de linguagem podem afetar o significado das palavras, a construção de frases ou seu som.

Também podemos falar de figura de retórica ou figura de linguagem.

Como progredir e dominar as figuras de linguagem? 

Existem obras de referência sobre figuras de linguagem, nomeadamente o Gradus de Bernard Dupriez, a Lexique des figures de style de Nicole Ricalens-Pourchot ou o manual de Patrick Bacry.


Exemplos de figuras de linguagem:

Acróstico:

Um acróstico é um jogo literário que consiste em escrever um poema a partir do qual podemos ler uma palavra formada pelas iniciais dos versos. Esta palavra é muitas vezes o nome do autor, o nome da pessoa a quem o poema é dedicado ou uma palavra relacionada ao título do poema.

Adínato:

O adínato (adínatos no plural) é uma hipérbole muito forte, tanto que a informação se torna inconcebível, implausível, impossível. O efeito pretendido é muitas vezes humorístico. 

Exemplo:

É uma rocha! É um pico! É uma capa!
O que estou dizendo, é um curso? … é uma península!

Rostand, Cyrano de Bergerac , I, 4

Eufemismo:

O eufemismo é uma figura de linguagem pela qual se atenua a expressão de uma ideia para mascarar seu caráter desagradável, brutal, triste, vulgar, doloroso etc. Afirma-se indiretamente uma ideia odiosa (por exemplo, a ideia da morte) para diminuir seu efeito (medo e tristeza pela morte).

Exemplo:

Perfumes não fazem suas narinas tremerem;
Ele dorme ao sol, a mão no peito,
Silêncio. Há dois buracos vermelhos no lado direito.

Rimbaud, o dorminhoco do vale

Esses versos famosos que concluem Le Dormeur du Val são eufemísticos: Rimbaud não diz explicitamente que o soldado está morto. Ele usa uma metonímia para isso, afirmando o efeito em vez da causa: os “dois buracos vermelhos no lado direito” obviamente dizem que um soldado inimigo atirou nele e o matou.

A evocação direta da morte chocaria com o tom do poema, no qual o leitor está imerso em uma atmosfera de tranquilidade e serenidade.

Em geral, o eufemismo é usado para se referir à doença, morte ou sexualidade.


Acumulação:

A acumulação é um processo que consiste em alinhar, acumular um grande número de termos para multiplicar informações com o objetivo de enfatizar uma ideia, dando-lhe mais força, tornando-a mais saliente e mais marcante. A acumulação é uma figura de amplificação. As palavras acumuladas são geralmente da mesma natureza, da mesma função gramatical ou do mesmo som para tornar a expressão mais coerente.

Gradação e enumeração: são tipos de acumulação. A anáfora e a hipérbole são baseadas neste processo.

Exemplo: 

Para o céu, para os ventos, para as rochas, para a noite, para a bruma,
O oceano sinistro derrama seu soluço negro.

Hugo, Lenda dos Séculos, Os Pobres

Hugo acumula os nomes dos elementos aos quais “o oceano derrama seu soluço negro”.


Alegoria (figura de linguagem)

A alegoria é uma figura de linguagem pela qual se expressa, se representa uma ideia, uma noção ou um tema por uma metáfora, uma personificação, uma imagem ou, mais geralmente, uma forma concreta. Em outras palavras, uma alegoria é uma representação concreta de uma noção abstrata. Ele usa um símbolo (um texto, uma imagem, etc.) que transmite uma noção. Na escrita, muitas vezes é identificado pelo uso de letras maiúsculas.

A alegoria tem, portanto, dois sentidos: um sentido literal (a forma que representa a ideia) e um sentido figurativo (a ideia, a noção que é representada).

Exemplo:

O tempo devora a vida,
E o obscuro Inimigo que rói nossos corações
Do sangue que perdemos cresce e se fortalece

Baudelaire, Flores do Mal, O Inimigo



Baudelaire representa uma noção abstrata, o tempo que foge, de forma concreta, como um monstro que devora a vida do homem. Há, portanto, além disso, uma personificação do tempo. Personificação e alegoria muitas vezes andam de mãos dadas.

A alegoria da fuga do tempo (tempus fugit)  é um lugar-comum na literatura.

Aliteração:
Uma aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir exatamente ou aproximadamente a mesma consoante (o mesmo “som”, do tipo consoante). Essa repetição encontra seu sentido no texto em que se encontra. Na maioria das vezes vemos aliteração na poesia ou no drama.

Jean-Marie Viprey define aliteração da seguinte forma:

Uma saliência significativa na recorrência de uma consoante, na escala de uma dada configuração textual.

Exemplo:

Uma linha de Racine em  Andromaque  é o exemplo mais famoso de aliteração na língua francesa:

Para quem essas serpentes estão sibilando sobre suas cabeças? _

Raiz, Andrômaca, V, 5

Aqui, o som do “s” (pela consoante s, ou pela consoante c) é repetido 5 vezes e sugere o silvo da cobra.


Prosopopéia:

A prosopopéia é um processo que consiste em invocar e fazer do discurso um ser ausente, morto, imaginário, simbólico, inanimado ou uma abstração. Este ser age, fala, responde; ele desempenha o papel de confidente, testemunha, vingador, juiz, fiador, etc.

Essa figura muitas vezes recorre à personificação quando empresta qualidades humanas (fala, emoções, etc.) a coisas inanimadas. Além disso, a prosopopeia tem uma função alegórica: o inanimado sendo invocado representa uma ideia abstrata.

Exemplo:

Eu sou belo, ó mortais! como um sonho de pedra,
E meu peito, onde cada um foi ferido por sua vez,
É feito para inspirar o poeta com um
amor eterno e mudo como a matéria.

Eu trono no azul como uma esfinge incompreendida;
Uno um coração de neve a brancura dos cisnes;
Eu odeio o movimento que move as linhas,
E eu nunca choro e nunca rio.

Os poetas, diante das minhas grandes atitudes,
Que pareço tomar emprestado dos monumentos mais orgulhosos,
Consumirão seus dias em austeros estudos;

Porque tenho, para fascinar estes dóceis amantes,
Puros espelhos que tornam todas as coisas mais belas:
Meus olhos, meus olhos arregalados de eterna claridade!

Baudelaire, Flores do Mal, Beleza


As Figuras de Linguagem são recursos da Língua Portuguesa e da Língua Francesa, elas criam novos significados para as expressões, ao trabalhar com o sentido conotativo em vez do literal.

Neste artigo, listei algumas dessas figuras de linguagem da língua francesa, conforme seus tipos e com vários exemplos para não deixar nenhuma dúvida.

Espero que tenham gostado!

Se tiver dúvida, já sabem! Estou sempre pronta para te ajudar!

Até o próximo artigo!












Compartilhe agora mesmo:

[bra'ziw]! – Francês com Resultado

Sua porta de entrada para o mundo da Francofonia

 

Você vai gostar também:

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário


*


*


Seja o primeiro a comentar!